Vindo de um horizonte distante tão valente em sua nobre montada;
Onde o sol se faz lua, e a partida é apenas chegada;
Andar meio desengonçado, jeito estranho de olhar tudo de lado;
Quixote moderno é o que és, seguindo os sonhos com o mundo aos seus pés,
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Os dragões da vida moinhos de vento aos teus olhos são;
Ó doce fidalgo de tão puro casto coração;
Vejo em teus esperançosos olhos tantas lágrimas e solidão;
Em teu peito ainda habita tão triste e singelo coração
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Faz da tua mais terna lágrima de dor lança afiada para combater o malfeitor;
Faz do teu mais doce sorriso, para a tua eterna amada singelo paraíso;
Faz da solidão teu fiel escudeiro, para transformar o mundo em seu eterno picadeiro;
Faz da tua espada pena afiada, para que seus feitos honrem a beleza de tua amada;
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Os dragões da vida moinhos de vento aos teus olhos são;
Ó doce fidalgo de tão puro e casto coração;
Por baixo de tua armadura tão precária e inexata existe tanta solidão;
Acusam-te de louco, pois abandonastes a razão e hoje pagas o preço que lhe foi imposto...
A SOLIDÃO.
(Leandro de Carvalho Pereira)