Parafraseando-me vou tentando encontrar em mim o homem que outrora vistes;
Inundado em meio a tantas memórias desconexas, pensamentos tão tristes;
Guiado pela lágrima de dor, que tocar teu rosto não sentistes;
A eloqüência com que os versos outrora por minha mão eram destilados,
Já me foi perdida hoje pago com imensa dor todos os meus pecados;
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Olhos fechados de uma triste alma que chora, molduras são;
Mãos cerradas apontando pro céu em prece, pedindo perdão;
Personificam a fé cantada em minha humilde oração;
Quero parar as areias do tempo na palma da minha mão;
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Resta-me apenas a dor de roubar do poeta o bem por ele mais estimado;
Que é a docilidade de fazer do seu verso, oração contra o mais sublime pecado;
Que é o de amar alguém que não posso ter ao meu lado;
Com sua pena ganho o poder, de em versos tolos minhas dores converter;
Minhas lágrimas tão distintas, no papel se fazem tinta, externando todo o meu querer;
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O que mais poderia fazer tão precário e triste poeta em seu versar?
Que não fosse a ti meus mais puros e singelos versos destilar?
Enquanto estendo meus braços a um infinito tão findo, onde sempre posso te encontrar;
Se os sonhos se realizam, já não sei, mas, um dia hei de ao teu lado estar.
(Leandro de Carvalho Pereira)
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