Noite triste e fria em um canto escuro do meu quarto;
Que de tão sombrio e incerto faço meu próprio claustro;
Onde sou prisioneiro meu, refém de um sonho que outrora tive;
E é impulsionado por ele que minh’alma inda vive;
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A centelha da vida que em meu corpo foi inserida;
Já não fumega em meu peito com a mesma medida;
Meus tão doces e puros versos a ti dedicados, oh minha querida;
Ao serem pronunciados, já não trazem ao meu enfermo corpo a mesma vida;
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Fiz de um tão doce sonho minha realidade;
Para num horizonte tão distante, ir ao encontro de minha felicidade;
Em busca do tão doce sorriso que me lembro ter tido em minha mais tenra idade;
Que hoje foi substituído pelas lágrimas que me presenteia a saudade;
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As forcas já estão se esvaindo diante de tão longa caminhada;
Mas, me espere, pois um dia hei de te encontrar, minha eterna e única amada;
Pois a ultima lágrima que te guardei, de meus olhos ainda não foi derramada;
E hei de a entregar-te no fim dessa tão árdua jornada...
(Leandro de Carvalho Pereira)
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